NEGOCIAÇÃO
É o que vai propor o bloco de defesa do consumidor ao negociar o aumento
Uma reunião entre o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) do Pará, Associação de Pais de Estudantes do Pará (Apaiepa) e representantes de estudantes secundaristas e universitários, ontem de manhã, em Belém, definiu em 6% o percentual de reajuste que o chamado "bloco de defesa do consumidor" vai levar para a mesa de negociação com o Sindicato das Escolas Particulares do Pará, na sexta-feira, 30. "Nosso parâmetro é a inflação e, consequentemente, o poder aquisitivo do consumidor. Não adianta aprovar um reajuste tão alto e aumentar a inadimplência, o que representa prejuízo para as próprias escolas", afirmou Roberto Sena, do Dieese.
De acordo com o Dieese, o percentual de 6% leva em consideração as variações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro a setembro, já que ainda não são conhecidos os índices dos últimos três meses. "Usamos a comparação mês a mês para fechar um parâmetro de quanto deve ser a inflação do ano", explicou Sena. Assim como ocorreu nos últimos anos, a expectativa é de que proposta do Sindicato das Escolas fique bem acima desse valor. O bloco estima algo em torno de 10% a 12%. O sindicato, no entanto, diz ainda não ter definido o percentual que vai levar para a mesa de negociação, o que só deve ser feito amanhã, durante uma reunião com representantes das escolas. "Trata-se de um acordo, onde ambas as partes precisam ceder", orientou Eliana Uchôa, diretora do Procon.
Ano passado, as escolas propuseram um reajuste de 10%, enquanto Procon, Apaiepa, estudantes e Dieese defendiam 6%, com base no INPC do período. Ao final das negociações o reajuste aprovado foi de 7%. "Essa tem sido a trajetória das negociações. Em alguns anos ficamos abaixo da inflação, em outros no mesmo patamar e, algumas vezes, um pouco acima, como aconteceu ano passado", explicou Sena.
Esse ano, em função do alto índice de inadimplência, tanto Dieese quanto Procon devem insistir em um reajuste no mesmo patamar da inflação. Nos últimos anos a taxa de inadimplência têm se mantido entre 25% e 30% ao ano. "Por isso, o reajuste já passa a ser uma grande preocupação dos estudantes universitários, que temem não poder mais pagar as mensalidades", disse Augusto Barros, presidente da União Paraense dos Estudantes (Upes). Além dele, representantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) também participaram da reunião.
Jornal Liberal / Belém 28 de Novembro de 2012
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